A Declamadora
A DECLAMADORA
Miguel Carqueija
Quando eu adentro no palco
é quando eu me sinto bem:
na platéia vejo o Falco,
papai e mamãe também.
E solto minha poesia
de Bilac ou de Florbela;
poemas com maresia,
ou sobre a rosa amarela!
Tem que ter respiração
e memória que não trai;
transmitir uma emoção,
do soneto até o haikai!
Encarar a multidão
que pode até te vaiar;
do fundo do coração
com carinho declamar!
Veja, público querido,
eu até declamo contos;
se fazem bem pro ouvido
eles também contam pontos!
E também vou declamar
minha própria criação:
pois também sei poetar,
tenho imaginação!
Visto um manto de algodão
mesmo em dia de calor
ou piso descalça o chão
mesmo sentindo o algor!
Pois conforme a poesia existe traje adequado
e se é poema de índia vou com meu rosto pintado!
Se você vai declamar
não esqueça de sorrir,
ser simpática e amar,
fazer a platéia rir!
E assim vou descontraída,
levando versos de escol,
alegre e desinibida,
pois meu público é meu sol!
Sou irmã, sou tia e filha
e também gentil sobrinha
pois me assiste minha família
e também sou a madrinha!
Eu gosto da multidão
pois ninguém é uma ilha,
recito com devoção
minha querida Cecília!
Me beijam, me jogam flores
e mil lágrimas derramo;
vocês são os meus amores,
a todos vocês eu amo!
Pois dedicar-se a alguma atividade, sem dar amor...
o resultado vai ser um horror!
E também existe a trova
que declamo em borbotões,
e o público me aprova,
comento com meus botões!
Algum estilo esqueci?
Ah, tem também o cordel!
De tanto cordel que eu li
tornei-me uma fã fiel!
A minha mãe, orgulhosa,
até no colo me leva
pra festejar, toda prosa,
no restaurante da Eva!
Mas Jesus é o meu guia,
por isso sei o que faço:
eu respiro poesia
e não sei o que é cansaço!
Há tanto ódio na Terra
que devemos compensar:
com a paz combater a guerra,
o amor estimular!
(23/1/2017)
imagens freepik.com, pixabay
POEMAS DECLAMADOS DE MARIA MARLENE
SER POETA ...
Não é só escrever em versos,
Com palavras rebuscadas!
Com rima, ritmo, melodia
e sílabas metrificadas.
SER POETA ...
É beber a essência da emoção
em cálices transbordantes de ilusão.
É embriagar e embriagar-se de doses
de sensibilidade em floração.
É fazer brotar do “nada” um “tudo” de sensações.
SER POETA ...
É re(pintar) o arco-íris em uma tela imaginária;
É bordar estrelas multicores em um céu nublado;
É cruzar horizontes com o seu “eu” interior;
É dialogar consigo e com o silêncio;
É tocar num violino que a corda arrebentou;
É beber pedacinhos de água em taças de fantasia;
É fazer germinar em terreno árido,
mudas de poesia!
SER POETA ...
É ouvir o eco de um grito silencioso;
É sonhar o impossível e concebê-lo possível;
É fazer mistérios e conseguir desvendá-los;
É fazer enxurradas com gotículas de chuva;
É engravidar um ser infértil ... e fazê-lo parir.
Hummm ...
É enxugar a lágrima de alguém e fazê-lo sorrir.
MARIA MARLENE
APENAS UMA FLOR
Dum belo botão desabrochou uma flor
Pétalas vermelhas, aveludadas e perfumosas
No cuidado jardim ela era a preferida
Esbanjava meiguice em meio às outras rosas.
Tão linda, toda encantadora e viçosa
Naquele cenário seu perfume exalou
Infelizmente, chegou o final da sua existência
A flor feneceu, mas vestígios deixou.
Os beija- flores que de bom grado ela deu alimento
Porventura a falta dela sentirão?
E as abelhas que recolheram o néctar
A ausência daquela mimosa flor perceberão?
Apenas uma flor murcha caída ao chão
Aparentemente sem importância, sem nenhum valor.
Entretanto, seus restos tornar-se-ão adubo
Que irá alimentar uma nova flor.
Fiquei a meditar e sabiamente concluí
Que a fragrância dela impregnada ficou.
No solo, a flor certamente ressurgirá
Na alma sublime de outra bela flor.
MARIA MARLENE
as fotografias de Maria Marlene foram gentilmente cedidas pela autora
Maria Marlene, apesar de não ser filha da terra, considera-se paraense de coração, já que mora em Tucuruí há 39 anos. Professora de Língua Portuguesa, formada pela UFPA,amante das artes e em primazia, a arte de poetizar. Publica seus poemas na sua página pessoal do facebook e no site Recanto das Letras. Acalenta o sonho de publicar seu livro de poemas.
A DECLAMADORA
Miguel Carqueija
Quando eu adentro no palco
é quando eu me sinto bem:
na platéia vejo o Falco,
papai e mamãe também.
E solto minha poesia
de Bilac ou de Florbela;
poemas com maresia,
ou sobre a rosa amarela!
Tem que ter respiração
e memória que não trai;
transmitir uma emoção,
do soneto até o haikai!
Encarar a multidão
que pode até te vaiar;
do fundo do coração
com carinho declamar!
Veja, público querido,
eu até declamo contos;
se fazem bem pro ouvido
eles também contam pontos!
E também vou declamar
minha própria criação:
pois também sei poetar,
tenho imaginação!
Visto um manto de algodão
mesmo em dia de calor
ou piso descalça o chão
mesmo sentindo o algor!
Pois conforme a poesia existe traje adequado
e se é poema de índia vou com meu rosto pintado!
Se você vai declamar
não esqueça de sorrir,
ser simpática e amar,
fazer a platéia rir!
E assim vou descontraída,
levando versos de escol,
alegre e desinibida,
pois meu público é meu sol!
Sou irmã, sou tia e filha
e também gentil sobrinha
pois me assiste minha família
e também sou a madrinha!
Eu gosto da multidão
pois ninguém é uma ilha,
recito com devoção
minha querida Cecília!
Me beijam, me jogam flores
e mil lágrimas derramo;
vocês são os meus amores,
a todos vocês eu amo!
Pois dedicar-se a alguma atividade, sem dar amor...
o resultado vai ser um horror!
E também existe a trova
que declamo em borbotões,
e o público me aprova,
comento com meus botões!
Algum estilo esqueci?
Ah, tem também o cordel!
De tanto cordel que eu li
tornei-me uma fã fiel!
A minha mãe, orgulhosa,
até no colo me leva
pra festejar, toda prosa,
no restaurante da Eva!
Mas Jesus é o meu guia,
por isso sei o que faço:
eu respiro poesia
e não sei o que é cansaço!
Há tanto ódio na Terra
que devemos compensar:
com a paz combater a guerra,
o amor estimular!
(23/1/2017)
imagens freepik.com, pixabay
POEMAS DECLAMADOS DE MARIA MARLENE
SER POETA ...
Não é só escrever em versos,
Com palavras rebuscadas!
Com rima, ritmo, melodia
e sílabas metrificadas.
SER POETA ...
É beber a essência da emoção
em cálices transbordantes de ilusão.
É embriagar e embriagar-se de doses
de sensibilidade em floração.
É fazer brotar do “nada” um “tudo” de sensações.
SER POETA ...
É re(pintar) o arco-íris em uma tela imaginária;
É bordar estrelas multicores em um céu nublado;
É cruzar horizontes com o seu “eu” interior;
É dialogar consigo e com o silêncio;
É tocar num violino que a corda arrebentou;
É beber pedacinhos de água em taças de fantasia;
É fazer germinar em terreno árido,
mudas de poesia!
SER POETA ...
É ouvir o eco de um grito silencioso;
É sonhar o impossível e concebê-lo possível;
É fazer mistérios e conseguir desvendá-los;
É fazer enxurradas com gotículas de chuva;
É engravidar um ser infértil ... e fazê-lo parir.
Hummm ...
É enxugar a lágrima de alguém e fazê-lo sorrir.
MARIA MARLENE
APENAS UMA FLOR
Dum belo botão desabrochou uma flor
Pétalas vermelhas, aveludadas e perfumosas
No cuidado jardim ela era a preferida
Esbanjava meiguice em meio às outras rosas.
Tão linda, toda encantadora e viçosa
Naquele cenário seu perfume exalou
Infelizmente, chegou o final da sua existência
A flor feneceu, mas vestígios deixou.
Os beija- flores que de bom grado ela deu alimento
Porventura a falta dela sentirão?
E as abelhas que recolheram o néctar
A ausência daquela mimosa flor perceberão?
Apenas uma flor murcha caída ao chão
Aparentemente sem importância, sem nenhum valor.
Entretanto, seus restos tornar-se-ão adubo
Que irá alimentar uma nova flor.
Fiquei a meditar e sabiamente concluí
Que a fragrância dela impregnada ficou.
No solo, a flor certamente ressurgirá
Na alma sublime de outra bela flor.
MARIA MARLENE
as fotografias de Maria Marlene foram gentilmente cedidas pela autora
Maria Marlene, apesar de não ser filha da terra, considera-se paraense de coração, já que mora em Tucuruí há 39 anos. Professora de Língua Portuguesa, formada pela UFPA,amante das artes e em primazia, a arte de poetizar. Publica seus poemas na sua página pessoal do facebook e no site Recanto das Letras. Acalenta o sonho de publicar seu livro de poemas.