Cristina

Minha sina sempre foi querer-te,

mas, sendo o céu tão inalcançável

quanto as estrelas fiz de mim, Lua.

Pois, amada, há fases em mim e, como

eu, há fases em tudo quanto existe.

Ora sou de Lua, ora sou eclipse.

Descobri que posso assumir diferentes

formas de mim sem deixar de ser Lua. Sem

deixar de ser tua. Infinita, parte...

Quando a nuvem, passageira, encobrir-te

hei de imaginar-te visível e visível

(mente) hei de amar-te, Oh! Lua minha.

Agora entendo, Cristina, porque me

deste a Lua, fragmento teu, amada,

que não pode ser tomado por ninguém.

Guardo o bem enluarado da tua memória,

a carta escrita em Braille na superfície da

Lua. Da infinita, parte, tua...

Que de mim não pode ser tomada por

Ninguém.

Autor: Augusto Felipe de Gouvêa e Silva.

Poeta Curitibano
Enviado por Poeta Curitibano em 08/06/2017
Reeditado em 09/06/2017
Código do texto: T6021486
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.