Fotografia © Ana Ferreira


 
 
A história de Sebastião de Augusto Freitas, mais conhecido por Tião Paineira,
se confunde com a de sua cidade, Tiradentes. Seu Tião trabalha o barro, “com
o pé, a mão e a caixa de ideias” na rudimentar olaria no quintal de sua casa. O simpático oleiro é guardião de memórias de tempos distantes e um verdadeiro patrimônio cultural vivo. Conversar com ele é fazer um belo passeio pela
história de Tiradentes na companhia de um querido amigo, disposto a “contar alguns causos da sua vida”. Ao seu Tião, mais uma singela homenagem:
 


 


 
TIÃO PAINEIRA
 
O barro suja as mãos
não esconde o homem

o pó da terra colado no corpo
não esconde o ser

quando um brilho de estrelas
lhe ilumina os gestos

contam-se histórias
recontam-se causos

na arte da recriação do passado
ouvidos, olhos e coração as recebem

89 janeiros o oleiro viu passar
conta sua vida a quem quiser escutar

chama-se Tião Paineira
coração é outro nele inteiro

 

Ana Flor do Lácio




 
Grata, Jacó Filho, pela belíssima interação poética:
 

Repetindo o que Deus fez,
Ele vai moldando em barro,
Em vez de homens, faz jarros,
Com sua grande lucidez...


Jacó Filho

 
Ana Flor do Lácio
Enviado por Ana Flor do Lácio em 27/05/2017
Reeditado em 10/06/2017
Código do texto: T6010840
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