À MINHA MÃE

Quando em ti penso, mãe, ausência,
Cada lembrança é saudade terna,
Coração fragilizado, a mente ativa,
Na lágrima retida força e reserva.

Na foto desbotada sina e tempo,
A alma desolada em são momento
Arquiva dor suave presa ao vento
Trazendo angústia e tormento.

Foram frios meus verões, mãe,
Faltou a mão para me aquecer,
Gesto protetor da supermãe,
O zelo do olhar no alvorecer.

O vento soava triste e lento,
Em murmúrio de consolação,
O sonho pernoitava no relento,
A vida viajava em turbilhão,

De buscas, de uma explicação,
Mas como entender a lei do alto
Que não pergunta ao coração.
Pode-se resistir tamanho assalto!

Assim é a vida na terra, que fornalha.
Uns choram pela mãe que agoniza,
Outras dão a vida na batalha,
Pobre mãe lança o filho à enxurrada.

Sobrevivi a chuvas e trovoadas,
Sentimentos voando em agonia
Nas noites frias sob as rajadas,
Nos relâmpagos, senti tua falta.

Sou órfã nas horas de saudade,
Nas horas de carência sou poesia,
Sou triste, nas horas de bondade,
Lembro-me da mãe que foi um dia.

A cada dia, mãe, a lembrança cresce.
E Deus nas alturas te louve em prece.

Medalha de Prata, junho 2014, RJ
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 11/05/2017
Código do texto: T5996141
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