Saudade

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Saudade

Pai,

a pesada lágrima da saudade

desce pela face,

salga minha silenciosa boca

e atinge o apertado coração.

Pai,

a vontade de mais um abraço

aperta minhas mãos vazias,

amarga o impossível toque

e singra o horizonte de pesadas nuvens.

Pai,

a confiança no reencontro

serve de temporário alento,

alivia a momentânea dor

e me faz continuar a caminhada.

Pai,

enxugue todas as minhas lágrimas,

abrace-me em demorados sonhos,

conforte-me na aflição que assusta

e me guie pelos justos caminhos.

Quanta saudade, pai.

Saudade de tudo,

desde a consciência que tive da vida

até a sua inconsciência corpórea,

reiniciando o ciclo

das vidas e das mortes.

Nijair Araújo Pinto

Iguatu, 4 de maio de 2017.

12h5min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 04/05/2017
Código do texto: T5989347
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