BELCHIOR
- (o poeta)

Hoje, os seus versos tortos,
sem medida ou pontuação;
imensos... falando da fome,
a do corpo e a do coração,
enchem os nossos ouvidos
dos tempos já bem vividos,
dos tempos que ainda virão.

 
Hoje, nós os sabemos de cor,
mas então o deixamos de lado
na glória apenas do passado -
pobre, sozinho, denso, doído.


E como dizia o amado Pessoa:
fama é coisa banal, coisa à toa
que, ao prazer volúvel do povo,
vem na pressa e depressa some
a homenagear apenas os mortos,
já que se esquece e, assim, veta,
tudo aquilo que havia de melhor...
*
Contudo, você, amigo Belchior
nunca mais, jamais será ferido
pela mágoa, pela dor, pelo mal
e - na nossa memória imortal -
será sempre um grande Poeta!

Silvia Regina Costa Lima
01/05/2017


 
SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 01/05/2017
Reeditado em 01/05/2017
Código do texto: T5986794
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