O amor de Dalila

Dalila olha para o mundo,

Seus olhos plenos de espanto

Fazem um mergulho profundo

Depois emergem em pranto

Tamanho fulgor oriundo

Do interior de seu âmago;

Mas fora de sua pupila

Pelos olhares de outrem

O grande amor de Dalila

É coisa que não convém,

Desejo que se compila

Á tudo que não se tem.

A ênfase dessa história

Há de ser no comportamento

E habilidade notória

De abolir-se um argumento

Pela razão compulsória

Deste exprimir um sentimento.

Assim, a expressão genuína

Que permite a Dalila amar,

Pela razão se termina

Sem o mínimo pestanejar.

E a emoção que ela ensina

Morre ao racionalizar.

Ah! Quisera eu novamente

Contemplar seu olhar atento

Buscando freneticamente

Capturar o momento

Em meio ao aguar cadente,

Cálido e violento.

Quiçá ter experimentado

Romper com a neutralidade

E sentir o rosto molhado

De minha fragilidade,

Ser alguém emocionado

Com a simples realidade...

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 07/03/2017
Reeditado em 11/03/2017
Código do texto: T5933038
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