Madre Pérola
Mãe é concha, é aconchego
Proteção contra todo dano
Se a cria passa frio e medo
Ela serve de escudo humano
Mãe é Florbela, bela flor
De perfume incomparável
Rescende e transcende o amor
No deserto é água potável
Ela da escada é o corrimão
Pelo filho corre a maior estepe
E desce ao mais fundo porão
É a Ma do Quarto de Jack
Ela sofre muda, luta e não berra
Muitas dilaceradas como Sofia
Muitas intrépidas como Ana Terra
Todas amorosas como Maria
Sinhá Vitória fugiu da morte
No romance de Graciliano
Desejava aos filhos outra sorte
Outros rumos, outros planos
Em seu coração cabe o mundo
Toda mãe é onça, leoa e coruja
Peito aberto e ventre fecundo
Dos sete mares a melhor maruja.
Nota: Esse poema recebeu a premiação de segundo lugar em 10/04/17 no concurso nacional da Editora do Carmo, sediada em Brasília.