NIEMEYER
Oscar é aquele cara que a gente quer morra nunca.
Oscar é uma curva aonde existir era um medo.
Conheci Oscar. Daddy era amigo dele, afora estão os dois mulherengando em alguma praia sobrenalturalmente curvosa e colorida, quem sabe, em Saturno, vespertiniando com Portinari, alguma piada que o Deus esqueceu de cobrir com os Mandamentos.
Porque Oscar trouxe a chama aonde havia apenas deserto, e inseriu a fonte na tirania das pedras, resultado: aprendemos a insaciável arte do sorriso, ansiosos que sempre fomos pelo deleite sagaz.
É difícil imaginar o que é o moderno sem ele, é impossível cantar sem a modulância da derrapagem do sonho.
Apenas andaremos, cômicos cavaleiros, sequer andantes, pois como andar sem utopia, como pairar nos ares absorvendo o azul pelo sonho mais voraz.
Oscar sempre foi o cara, aquele que veio e mudou a tristeza, como mera peça caída num xadrez cujo vencido vira ferro retorcido, e da sucata, eldorados desnudam da ferrugem palácios de uma raça que faz amor pelas canções de entrega.
Festeja, cara, hoje, sabemos, de tão ateus os anjos conhecem Deus.
Beijos, velho