A Namoradinha
NAMORADINHA
Miguel Carqueija
“Gosto que me enrosco de ouvir dizer que a parte fraca é a mulher
mas o homem, com toda a fortaleza, desce da nobreza e faz o que ela quer.”
(Sinhô – “Gosto que me enrosco”, samba)
Tu és o meu namorado,
meu sonho maravilhoso,
a quem dei o meu agrado,
meu querido carinhoso,
quero-te sempre ao meu lado,
nosso futuro é formoso!
Não fiques longe de mim,
é com ternura que imploro:
és meu princípio e meu fim,
contigo é que eu me consolo;
e te quero tanto enfim
que adoro te por no colo!
Eu te amo com fervor
e nunca te desacato;
mas não sejas repressor,
pois já que estamos no mato
sou criança, meu amor:
deixa eu tirar meu sapato!
“Vamos ao Municipal?”,
falo pro meu namorado.
“Mas ópera é tão sacal!”,
diz ele contrariado.
“Pois eu acho bem legal,
vais nem que seja algemado!”
Amorzinho, vou te ler
a “Guerra e Paz” do Tolstoi;
e não precisas gemer
porque não estás dodói;
tu precisas entender
que ler bons livros não dói!
Vem, senta aqui do meu lado
pra ver “O vento levou”!
Não faça cara de enfado,
melhor filme não pintou!
Você vai ver amarrado,
me diz depois se gostou!
Meu benzinho, vem pra mesa
comer a torta de nabo
que eu fiz com muita presteza,
vais te sentir um nababo!
E depois pra sobremesa
o meu doce de quiabo!
Olha só, meu queridinho,
como é jóia passear
no parque, nesse caminho,
com os pássaros a cantar!
Não fiques assim tristinho
pela vespa te picar...
Agora, não vais ficar
assim de cara amarrada,
qualquer uma pode errar
e até mesmo dar mancada:
mandei-te o ganso afagar
e levaste uma bicada!
Ver um teatro infantil
me cura até resfriado!
Não faça resmungos mil
só porque veio arrastado;
goste do que eu gosto, viu?
Se quer ser bom namorado!
Agora vem, meu benzinho,
vamos na pista dançar!
Esse rock agitadinho
eu quero te ensinar!
Temos que dar um pulinho,
opa! Não vás tropeçar!
Perdoa, meu amorzinho,
não quis teu nariz quebrar...
Eu amo este meu amor
que faz tudo o que eu quero;
namoramos com calor,
ele é tudo o que eu espero;
Eu te gosto com fervor,
te acalento e te venero!
imagens freepik.com, google, pixabay
NAMORADINHA
Miguel Carqueija
“Gosto que me enrosco de ouvir dizer que a parte fraca é a mulher
mas o homem, com toda a fortaleza, desce da nobreza e faz o que ela quer.”
(Sinhô – “Gosto que me enrosco”, samba)
Tu és o meu namorado,
meu sonho maravilhoso,
a quem dei o meu agrado,
meu querido carinhoso,
quero-te sempre ao meu lado,
nosso futuro é formoso!
Não fiques longe de mim,
é com ternura que imploro:
és meu princípio e meu fim,
contigo é que eu me consolo;
e te quero tanto enfim
que adoro te por no colo!
Eu te amo com fervor
e nunca te desacato;
mas não sejas repressor,
pois já que estamos no mato
sou criança, meu amor:
deixa eu tirar meu sapato!
“Vamos ao Municipal?”,
falo pro meu namorado.
“Mas ópera é tão sacal!”,
diz ele contrariado.
“Pois eu acho bem legal,
vais nem que seja algemado!”
Amorzinho, vou te ler
a “Guerra e Paz” do Tolstoi;
e não precisas gemer
porque não estás dodói;
tu precisas entender
que ler bons livros não dói!
Vem, senta aqui do meu lado
pra ver “O vento levou”!
Não faça cara de enfado,
melhor filme não pintou!
Você vai ver amarrado,
me diz depois se gostou!
Meu benzinho, vem pra mesa
comer a torta de nabo
que eu fiz com muita presteza,
vais te sentir um nababo!
E depois pra sobremesa
o meu doce de quiabo!
Olha só, meu queridinho,
como é jóia passear
no parque, nesse caminho,
com os pássaros a cantar!
Não fiques assim tristinho
pela vespa te picar...
Agora, não vais ficar
assim de cara amarrada,
qualquer uma pode errar
e até mesmo dar mancada:
mandei-te o ganso afagar
e levaste uma bicada!
Ver um teatro infantil
me cura até resfriado!
Não faça resmungos mil
só porque veio arrastado;
goste do que eu gosto, viu?
Se quer ser bom namorado!
Agora vem, meu benzinho,
vamos na pista dançar!
Esse rock agitadinho
eu quero te ensinar!
Temos que dar um pulinho,
opa! Não vás tropeçar!
Perdoa, meu amorzinho,
não quis teu nariz quebrar...
Eu amo este meu amor
que faz tudo o que eu quero;
namoramos com calor,
ele é tudo o que eu espero;
Eu te gosto com fervor,
te acalento e te venero!
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