Riba-Gullar
Vivia do espanto
de ser ele mesmo
e foi-se pra lá
o Ribamar que conhecia
virou da noite pro dia
Gullar.
Morreu de viver
Tanto quanto
viveu de morrer
e a sorrir e calar-se
resumiu numa frase:
A poesia é o espanto
Que hoje cobre o seu manto.
Pois, desde que seja
ele
um poeta entre imundos
calou-se para falar
e habitar
hoje
em dois mundos
R.N