Balada do sol e da chuva
Eu sou um simples
Ser humano
Ser humaninho
Nem sempre estampo
A alegria
Como você bem queria
Mas que mal há em se mostrar
Tal qual se é na real
Se afinal eu sou igual
A qualquer um de carne e osso
Tecido usado e surrado
Mas que amado
Pode fazer alvoroço
De minha fruta alguns dizem
Que chupam até o caroço
Quando querem o meu sabor
Nem perguntam pela cor
So pensam no amor
No amor
Não vendo o meu jantar
Para comprar o almoço
Mesmo que a vida esteja
Sem gosto de cereja
Me humanizo pra acreditar
Que dias melhores virão
Eu posso não te sorrir
Mas eu posso cantar
Esta balada
Porque sou uma pessoa humanizada
Eu sou um zero absoluto
Nem de esquerda
Nem de direita
Eu sou um zero absoluto
Eu vivo e luto
Por minha melhor colheita
De bom coração
Dia feliz
As vezes triste
Venho sol ou venho chuva
Mas posso ser os dois
Um casamento de viúva
Esta balada quente e molhada
É riso sem desencanto
É movimento bem ciclado
Num sobe e desce
Num cai e levanta
Que não quer ver ninguém parado
Que mal há em se mostrar tal qual você é
Nem todo dia você brilha como um sol
Porque as vezes o teu tempo é nublado
Eu venho sol e as vezes chuva
Mas posso vir os dois
Num casamento de viúva