Homenagem à Portela

Portela

Rabisquei uma poesia

Assim que clareou o dia

Com emoção

Fiz

Fiquei feliz

Igual criança

Que rabisca sem saber

Entre riscos a esperança

Nos traços com letras banais

Visitei os anais de alguns menestréis

De Cartola as rosas não falam

O mundo moinho com eu e vocês

Tem vez que eu sonho que sou um mágico

Construo meu mundo fantástico com altivez

Gilsinho, João da Gente nossa gente e Candeia

Clara Nunes com seu vozeirão

Que a memória faz bem ao coração

Se a gente abandonar a cultura

Morre junto a criatura e a Nação

O mestre Monarco abraçando o amigo Naco

Pedindo união e escrevendo no chão

Exaltando o nosso samba com a razão

Sabendo sempre ganhar ou perder

Par ou impar eu e você

Sem perder a linha

Brincadeiras de escrever

Meninos

Eu fazia

O bom do viver

Num papel em branco

Eu mantinha

Ali

Com caneta azul do céu

Para prosseguir

Umas toscas verdadadeiras linhas

Viver e sorrir

Pedindo a papai Noel um presente de bonança

Com mais paz e mais valor

Menos rixas e mais danças

Nos pés de alianças

Toque o samba com amor

Eu ainda sou criança

So preciso aprender

A abrandar a dor

Que no jogo de um samba

É saber ganhar perder

Mas não perder a esperança

Do resplandecer

As rosas podem murchar

Entretanto o moinho

Vai girar

E o sol vai brilhar no amanhecer

Carlinhos Real
Enviado por Carlinhos Real em 30/10/2016
Reeditado em 31/10/2016
Código do texto: T5807504
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