PROFETA DA PRAÇA

PROFETA DA PRAÇA - João Nunes Ventura-10/2016

Ele personagem sozinho e louco

Com o dom ser profeta da praça,

Prega em jardim narra sua graça

Perdeu indiferença seu coração,

Quando bom foi aluno estudioso

Mundo de silêncio entre amigos,

Calçadas das ruas seus abrigos

Tem na palavra a sua convicção.

Nas ruas anda o sol seu destino

Levado pelos ventos na tristeza,

Solitário assim filho da natureza

Seguindo reparando seus medos,

É assim homem de lugar nenhum

Na melancolia a beira da loucura,

Mas um ser de alma doce e pura

E leva no coração seus segredos.

Muitas vezes fico a me perguntar

Que faz um ser humano ser infeliz,

Sair por aí e sem saber o que diz

Largado e assim sem esperança,

Ninguém dele tem palavra amiga

E só Deus para lhe dar o conforto,

Pelas praças e a tristeza no rosto

Cantando sua saudosa lembrança.

Na praça Bicentenário-(Crato), costumo esperar minha neta Beatriz,

juntos seguirmos para casa, após o término de suas aulas diárias.

Sentado num banco da praça, fico a observar um senhor aparentando

quarenta anos, hoje na beira da loucura, fica a falar alto, as vezes a gritar, na sua pregação, qualquer assunto é o tema, nota-se um pouco

de inteligência, acho até que estudou por algum tempo, ser humano

pacífico e respeitador, gosta de andar com livros abaixo do braço, não sei seu nome, nem por onde vai, lembro que deixei alguns livros que eu tinha, junto dele, rápido pegou os livros, olhou com meio sorriso para mim e logo desapareceu.

Hoje a minha poesia é minha homenagem por esse personagem da vida real.

João Nunes Ventura
Enviado por João Nunes Ventura em 21/10/2016
Reeditado em 21/10/2016
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