O poeta que morria
Shakespeare deu aos sonetos pura maestria,
Manoel moldou no barro, uma boa orgia.
Drumond via no caminho a pedra que ensistia,
Manol via no horizonte a folha que assovia.
A água ria agora, da tarde que caia,
A chuva como esmola, acalmava o quente dia.
Manoel guspia fora, uma boa poesia,
Sorte do menino do mato, que calado então sorria.
Uma pessoa normal diz que é pura utopia:
Um rato pagar um gato, pelo leite que o devia.
Manoal bem delicado fuxica a tarde que escorria,
Portinari retratava os conterrâneos da Bahia.
Bandeira via beleza, nas horas que eram cinzas,
Manoel concordava dando corda à fantasia.
Alguém de mim discorda, que invenção não é poesia?
Inventar é reavivar, o poeta que morria.