Para Loianinha
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Para Loianinha, o bebê mais lindo do planeta terra!
Quando eu tinha a idade que você completa hoje, fiz uma cirurgia que reduziu em 75% minhas chances de ser pai. Para um adolescente, a possibilidade de não poder gerar filhos causa ansiedades e medos, dúvidas e questionamentos que assustam – tanto pelo que pensamos quanto por todas as fugas que decidimos fazer.
Tempos depois descobri, felizmente, que 25% valem mais que 75% e fui agraciado por Deus, gerando três lindos filhos – um dos quais carrego comigo apenas nas lembranças.
A experiência da paternidade é maravilhosa, mas assusta. Depois da felicidade que nos invade diante do ser que criamos, surgem os medos: não saber criar, educar, amar, compartilhar, ver crescer, sorrir juntos, chorar juntos também.
Hoje, mais saudosamente, recordo-me do nosso primeiro contato, dos olhares que trocamos – acho que trocamos – e da primeira vez que disse, a exemplo do seu avô Pinto, que dizia isso para todos os filhos, todos os dias, até o último dia: “Papai te ama!”
Perdoe-me por todas as ausências. Perdoe-me por todas as vezes que não pude estar perto. Perdoe-me por todas as limitações de pai, de amigo, de confidente...
Na profissão que abracei, espécie de sacerdócio, juramos salvaguardar a vida dos outros mesmo com o sacrifício da nossa vida. Entretanto, para você, minha filha, sacrificaria todos os dias da minha vida para que estivesse segura e feliz – não para ter a alcunha de herói, mas para que a sua vida estivesse em paz, diante de um mundo tão perverso.
Hoje e sempre, por todos os dias da minha vida, repetirei:
Papai te ama!
Feliz aniversário e que Deus abençoe você, o bebê mais lindo do planeta terra!
Crato-CE, 09 de outubro de 2016.
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