Legendários
Ah, Poeta! Acaso fosse tuas
lágrimas feitas de tinta a
derramar o póstumo legado?
Eis porque, devoto, lhe peço:
guarda uma parte de mim ao
furor clamor de tuas preces.
Contamina tudo com a tua mão
de Midas - faz da pá, lavra,
cultivada no epílogo do mundo.
Cela da discórdia, ponte ímpia...
A discussão não é morada dos sábios!
Logo tão pouco diz, tanto transfere.
Ora tu és o fim a fim de quem busca,
enfim, o ponto final da dor. Ora tu és
aconchego das pausas onde repousa.
Amigo sem rosto, outrora passado -
que não passa! Repassa e inspira.
Fórmula de vidas pós tua vi(n)da!
Eternos são os pensadores - existem
NÃO pelo que fizeram e permanecem vi-
vos pelo que disseram. Você é a prova!
Autor: Augusto Felipe de Gouvêa e Silva.
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