Poema a um homem Lindo
Dez anos faz
Uma década já
Que pela última vez
Nesta terra
Hás respirado
Meu querido avô!
Quantas coisas queria
Poder ter lhe dito
Após todos estes dias
Que se seguiram
Nunca pude demonstrar a ti
Toda a afeição e estima
Que lhe tenho!
E que hoje lhe dirijo
Se pudesse voltar no tempo
Voltaria, sem dúvida
Para ter lhe aproveitado mais
Lançado mão de um amor de neto
Mas era eu
Apenas uma criança
Infantil em minhas atitudes
E com um gênio forte
Desde logo cedo
Nunca lhe disse
O quanto lhe amava
E ainda fazia pouco caso
Das grandes coisas
Que fazias para mim
E para os demais
Me fizeste um aparato
Para chocar um ovo
De ganso que achei largado
Num passeio que fiz
Mas o ovo não vingou
O ganso não nasceu
Mesmo assim você se esforçou
Para me fazer feliz
Mesmo em assim sendo
Não lhe dei o devido valor
Mas êta véio bão!
Passei a admirar
Teus trejeitos
Velho genioso
De trato rápido
E imponentes
Poderia ser difícil lidar contigo
E aguentar o seu jeito
Mas era simplesmente incrível!
Um homem extraordinário
Voando baixo no teu
Bom e velhinho fusquinha
Vermelhinho, tomatinho
Singrando o estado catarinenses
Vendo os parentes
E vivendo altas aventuras
Com meu outro avô
Velho kamikaze
Dando uns baitas saltos
Na piscina dos teus filhos
Causando geral
Velho churrasqueiro
Fazendo altas costelas
Para família toda comer
Velho de bom coração
Procurando fazer o bem
A quem pudesse
E precisasse
Dizer todas suas qualidades
E seus feitos
É uma tarefa hercúlea
Para falar sobre alguém
Uma alma tão boa
Tão pura
Que saudade que sinto
Como queria
Que estivesse aqui conosco
Vendo a todos
Celebrando a vida
Aproveitando tudo
Que não pôde aproveitar antes
E sendo amado
Por todos os teus