Ode a uma Valquíria

Ode a uma Valquíria

Das estepes, bela senhora,

minha donzela benfazeja,

ferina amazona de outrora,

ao Mal, em eterna peleja.

Cavalgas, nua, em tropel,

De alma nobre, espírito forte,

Sobre o dorso de um corcel,

Branco, como a neve do norte.

Ruges gritos que aterram,

Demónios soltos, perdidos,

Os que, malditos, encerram

Raivas, ódios, em gemidos.

E nesta luta do Mal e Bem,

De corpo tangido de dor,

Tua vontade voa mais além,

almejando sereno amor.

Que te envolva no ritual,

De união de corpos amantes,

Te expurgue orgasmos de sal,

Doces beijos e ais triunfantes.

Assim seja! Este teu amante,

Águas, sobre ti derrame,

Te banhe com mão errante,

Te perfume e te balsame.

Purificada do infame,

Sangue derramado de breu,

Urge, no leito, que te ame,

Senhora, amada, amor meu…

Uma singela dedicatória a uma Poetisa já falecida.

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Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 13/07/2016
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