A Taxista
A TAXISTA
Miguel Carqueija
Nesta megápole imensa
o meu trabalho é insano;
mas a minha recompensa
é ganhar o dia e o ano:
ajudar a toda gente
sem nunca explorar ninguém;
e ter sempre em mim presente
viver somente pro bem!
Eu conheço bem a planta
desse Rio de Janeiro,
tem gente que até se espanta
mas eu rodo o ano inteiro
de Caju a Sepetiba,
São Cristóvão, Piedade,
Botafogo, Guaratiba,
e o Centro da Cidade!
O taxímetro eu sigo
e a ninguém vou enganar:
pode relaxar, amigo,
no destino eu vou chegar!
O trânsito nos enerva
de tão louco que ele é;
aturar esta caterva
é muito pior até
que trabalhar no escritório,
em loja ou repartição:
é um afazer muito inglório,
precisa disposiçao!
Sem falar que é arriscado,
já nos alerta a tevê:
tem passageiro safado
mas eu luto karatê!
Sempre tem quem argumenta:
não é coisa pra mulher!
Mas quem é que a mim sustenta?
É fazer o que puder!
E mesmo na inundação
pois chove muito no Rio
atendo por compaixão
com chuva forte e com frio
e não bato a minha asa
como faz tanto colega,
eu te levo para casa,
vou te livrar dessa esfrega!
Fica tanta gente ilhada
e os táxis desaparecem
quando até some a calçada
isso é o caos, edis, confessem!
Mas enquanto for possível
eu não nego conduzir
mesmo com a chuva terrível,
com Deus eu vou conseguir!
Isso é muito deprimente
e eu prefiro, verdade,
levar família contente
até o Parque da Cidade!
E em tarde ensolarada
levar gente a passeio:
homem, mulher, criançada,
todos no veraneio!
E ponho música doce
pra alegrar o trajeto,
e mil quilômetros fosse,
faço tudo com afeto!
Meu táxi amarelinho,
és de fato a minha vida:
tu sabes bem o caminho,
vamos lá dar a partida!
(27/4/2016)
imagens pixabay/openclipartvectores; freepik.com c.complaint; pixabay/adamkontor
A TAXISTA
Miguel Carqueija
Nesta megápole imensa
o meu trabalho é insano;
mas a minha recompensa
é ganhar o dia e o ano:
ajudar a toda gente
sem nunca explorar ninguém;
e ter sempre em mim presente
viver somente pro bem!
Eu conheço bem a planta
desse Rio de Janeiro,
tem gente que até se espanta
mas eu rodo o ano inteiro
de Caju a Sepetiba,
São Cristóvão, Piedade,
Botafogo, Guaratiba,
e o Centro da Cidade!
O taxímetro eu sigo
e a ninguém vou enganar:
pode relaxar, amigo,
no destino eu vou chegar!
O trânsito nos enerva
de tão louco que ele é;
aturar esta caterva
é muito pior até
que trabalhar no escritório,
em loja ou repartição:
é um afazer muito inglório,
precisa disposiçao!
Sem falar que é arriscado,
já nos alerta a tevê:
tem passageiro safado
mas eu luto karatê!
Sempre tem quem argumenta:
não é coisa pra mulher!
Mas quem é que a mim sustenta?
É fazer o que puder!
E mesmo na inundação
pois chove muito no Rio
atendo por compaixão
com chuva forte e com frio
e não bato a minha asa
como faz tanto colega,
eu te levo para casa,
vou te livrar dessa esfrega!
Fica tanta gente ilhada
e os táxis desaparecem
quando até some a calçada
isso é o caos, edis, confessem!
Mas enquanto for possível
eu não nego conduzir
mesmo com a chuva terrível,
com Deus eu vou conseguir!
Isso é muito deprimente
e eu prefiro, verdade,
levar família contente
até o Parque da Cidade!
E em tarde ensolarada
levar gente a passeio:
homem, mulher, criançada,
todos no veraneio!
E ponho música doce
pra alegrar o trajeto,
e mil quilômetros fosse,
faço tudo com afeto!
Meu táxi amarelinho,
és de fato a minha vida:
tu sabes bem o caminho,
vamos lá dar a partida!
(27/4/2016)
imagens pixabay/openclipartvectores; freepik.com c.complaint; pixabay/adamkontor