FLORBELA ESPANCA – O Poema Que Te Fiz
Espanca-me o coração, querências puras...
Sendo belas, não me espanta, o desamor;
Sendo tristes, se enternecem toda em flor;
Sangram em versos, orvalhos de canduras
E na face em cor, os níveos lenços de pó,
São pincéis de açucenas, penas e luzes;
São fugazes versos... Em poesia de ser só;
Matizes da alma, suspirados em cruzes.
Florbela... Eternamente... Sempre bela,
Cai na alma, e quando cai é só tortura...
Verso em neblina, embaçado na janela;
Espanca-me o peito, alvo em desventura.
Houve um tempo de coração em calvário...
Contudo sentirás brando toque de veludo...
Tua alma veio ao mundo, despida de tudo,
Num brilho inverso, feito lua ao contrário.