UMA INCURSÃO PELA FLORESTA DO MAIOMBE
Fiz uma incursão pela floresta do Maiombe,
Fiquei esmagado com a densa paisagem,
Nem um raio de luz vislumbrava,
Entre tanta folhagem.
Os caminhos eram carreiros muito estreitos,
Os arbustos agrestes e bastante húmidos,
Dificultavam a minha progressão,
Verdadeiro habitat de sertão.
O roncar estridente de elefantes e gorilas,
Fazia-se ouvir bem alto a espaços,
Os macacos pendurados,
Andavam aos saltos.
Pelo meu corpo subiam formigas aguerridas,
Que me obrigavam por vezes a parar,
Para de mim as afugentar,
E evitar picadas doridas.
Riachos tinha de atravessar e os pés molhar,
Ficava mais pesado para andar,
Era obrigado às vezes a parar,
Para descansar.
Deparei com cafezeiros, cacaueiros e palmeiras
Com seus ramos dobrados pelo peso,
Dos frutos que os abraçavam,
E me deixavam surpreso.
Ainda hoje recordo com saudade essa floresta,
A segunda do mundo em extensão,
Elo de enorme ligação,
Fechada sem frestas.
Ruy Serrano - 24.05.2016