ODE À JOVEM EUROPA

“Aos Euro-Nautas do tempo novo”

Tu, ó Europa, que na história te tornaste

Durante séculos invencível imperadora

Sem que almejasses aquele sonho que tiveste,

Quando é que soará finalmente a tua hora?

(O teu mítico nome emergiu do seio do mar,

Daquele mar oceano que te foi refrigério,

E trazendo contigo outros povos a brilhar

Conseguiste por eles um estatuto de império.)

Se dos teus quatro Reinos pouco já sobeja

E as caravelas se tornaram insuficientes

Terás de ganhar novas asas, sem inveja,

Indo à procura de outro império e outras gentes.

Lançada foi aos quatro ventos da aventura

A nova terra com semente que s´ alevanta;

Cumpre agora p´ las luzes da razão segura

A safra da colheita que o futuro encanta.

Tu, ó Europa, não fraquejes em tal combate

Nem te impressiones pela tua concorrência,

Pois nunca te faltou ´té hoje o engenho e arte,

E atingirás por certo o cume da tua essência.

Não precisas de falsos profetas e magias,

Mas sim pegar p´ los chifres o toiro enfurecido

Que tentará, por labirintos e tropelias,

Impedir que o teu Reino brilhe enriquecido.

Dentro de ti, Europa, mora o condimento

De um capital humano, que é ponta-de-lança

E a melhor garantia do teu fiel talento

Que em cada dia é uma luz e uma esperança.

Acusam-te, ó Europa, de falta de horizonte

E, na hora da verdade, de falta de coragem;

Avante e que, na alma dos euro-nautas, desponte

Aquela chama que te ilumine na Viagem!

Frassino Machado

In JANELAS DA ALMA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 09/05/2016
Reeditado em 09/05/2016
Código do texto: T5629965
Classificação de conteúdo: seguro