ODE À JOVEM EUROPA
“Aos Euro-Nautas do tempo novo”
Tu, ó Europa, que na história te tornaste
Durante séculos invencível imperadora
Sem que almejasses aquele sonho que tiveste,
Quando é que soará finalmente a tua hora?
(O teu mítico nome emergiu do seio do mar,
Daquele mar oceano que te foi refrigério,
E trazendo contigo outros povos a brilhar
Conseguiste por eles um estatuto de império.)
Se dos teus quatro Reinos pouco já sobeja
E as caravelas se tornaram insuficientes
Terás de ganhar novas asas, sem inveja,
Indo à procura de outro império e outras gentes.
Lançada foi aos quatro ventos da aventura
A nova terra com semente que s´ alevanta;
Cumpre agora p´ las luzes da razão segura
A safra da colheita que o futuro encanta.
Tu, ó Europa, não fraquejes em tal combate
Nem te impressiones pela tua concorrência,
Pois nunca te faltou ´té hoje o engenho e arte,
E atingirás por certo o cume da tua essência.
Não precisas de falsos profetas e magias,
Mas sim pegar p´ los chifres o toiro enfurecido
Que tentará, por labirintos e tropelias,
Impedir que o teu Reino brilhe enriquecido.
Dentro de ti, Europa, mora o condimento
De um capital humano, que é ponta-de-lança
E a melhor garantia do teu fiel talento
Que em cada dia é uma luz e uma esperança.
Acusam-te, ó Europa, de falta de horizonte
E, na hora da verdade, de falta de coragem;
Avante e que, na alma dos euro-nautas, desponte
Aquela chama que te ilumine na Viagem!
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA