LGBT

Meu corpo assiste

O semblante que insiste

Em dizer que não sou

O que aparento ser

Nessa hora me despeço

Abro os braços e confesso

Que meu gosto é autêntico

Sem padrão a ceder

Não há escolha nesse estado

Intrínseco e reservado

Que transmite a verdade inalada

Por um grito abafado

Que quer relevar e responder

Nessa hora eu admito

Que sofro um conflito

De uma sociedade doente

O qual não quero pertencer

A justiça que se abre

Em me dizer a verdade

Que sou apenas a realidade

Sem tirar ou perder

Minha identidade é confusa

Para quem dela acusa

De ser anormal e abusa

Da norma que configura

O preconceito aparecer

Peço o respeito a liberdade

Do direito a existência

De gêneros e essências

Presentes ao ser humano

Que fingem não acontecer

Sou todos e eu mesmo

Faço parte de um contexto

Que chora a dor deste peito

Ansiando existir e viver

O segredo me resguarda

Da retaliação social

Mas um dia essa estrada

Num triunfo pessoal

De ser apenas um sujeito

Que nada tem de anormal

Desejo a ser indagado

Para que logo eu exista

E dos direitos eu me vista

Da essência de ser

Ética teoria, não praticada

Merece atenção pela conquista

Da reverência do sujeito

Que internamente grita

Para enfim ser aceito

Roberto William
Enviado por Roberto William em 05/05/2016
Código do texto: T5625607
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