LGBT
Meu corpo assiste
O semblante que insiste
Em dizer que não sou
O que aparento ser
Nessa hora me despeço
Abro os braços e confesso
Que meu gosto é autêntico
Sem padrão a ceder
Não há escolha nesse estado
Intrínseco e reservado
Que transmite a verdade inalada
Por um grito abafado
Que quer relevar e responder
Nessa hora eu admito
Que sofro um conflito
De uma sociedade doente
O qual não quero pertencer
A justiça que se abre
Em me dizer a verdade
Que sou apenas a realidade
Sem tirar ou perder
Minha identidade é confusa
Para quem dela acusa
De ser anormal e abusa
Da norma que configura
O preconceito aparecer
Peço o respeito a liberdade
Do direito a existência
De gêneros e essências
Presentes ao ser humano
Que fingem não acontecer
Sou todos e eu mesmo
Faço parte de um contexto
Que chora a dor deste peito
Ansiando existir e viver
O segredo me resguarda
Da retaliação social
Mas um dia essa estrada
Num triunfo pessoal
De ser apenas um sujeito
Que nada tem de anormal
Desejo a ser indagado
Para que logo eu exista
E dos direitos eu me vista
Da essência de ser
Ética teoria, não praticada
Merece atenção pela conquista
Da reverência do sujeito
Que internamente grita
Para enfim ser aceito