BAÍA DOS MEUS ENCANTOS
As tuas águas quentes em que me banhei,
São momentos únicos que não esquecerei,
Nas tuas águas conheci primeiros amores,
Que beijei com fervor, teus bons sabores.
Naquele tempo que contigo tu guardavas
A pureza dessas águas que os pescadores
Usavam para lançar as suas redes ao luar
Das noites tropicais, para peixes apanhar.
Nos teus braços eu me recolhi para afogar
Minha tristeza, meu mal de alguns amores,
Tu curavas minhas feridas de muitas dores,
Difíceis de aceitar, p'lo perigo de me matar.
És e serás a baía dos meus eternos encantos,
Cantarei por toda a terra, aos quatro cantos,
Essa tua beleza crua e nua que me seduziu,
E que gente sem escrúpulos contigo fugiu.
Completas o quadro africano da minha terra,
Com o traço do friso dessa linha que te cerca,
Causas inveja a quem te vê pela primeira vez,
Repleta de almadias baptizadas pelo português.
Ruy de Sousa foi o navegador que te descobriu
E te batizou de baía das almadias, tantas eram
As que tu protegias, para a pesca se lançarem
Em busca do peixe que Deus de bem oferecia.
Ruy Serrano - 15.02.2016