Pra Que Lamentar?




 Pra que lamentar, se mais um guerreiro,
Foi abatido e jaz lá no chão?
Esse é o fim de todo valente,
Um dia tombar, e se tornar,
Um ex combatente, da luta insana,
que a vida nos trás!
Quem foi que fez isso, quem foi o covarde,
Quem empunhou a arma, para o abater?
Quem foi não importa, deixa ele ir,
Deixa ele viver e se esconder,
Não o queremos achar, só o entregar,
Para o vingador!
Quem é o vingador?
Ele é O Eterno, O Deus de amor,
E sabe tratar o tirano atroz
que inconseqüente, uma vida tirou!

E ele jaz ali, se esvaindo no sangue,
Qual é seu Calvário? Apenas o pó, de onde foi formado!
Suas últimas palavras, lembra o velho pai,
Já quase alquebrado! Depois fecha os olhos,
Balbucia palavras, quebradas, sufocadas,
Na amara agonia! De certo uma prece, ao Pai soberano,
A quem o guerreiro, na vida serviu!
O cenário é tétrico, uma noite chuvosa, 
Sem lua ou estrelas, brilhando no céu!
Mas para um guerreiro, que não teme nada,
Isso apenas é nada, o melhor de tudo,
Inda está por vir! Ele ouve a voz,
Meiga,  suave e convidativa
Levanta valente, não fiques prostrado,
Deixa esse mundo, e seu desagravo,
e vem pra meus braços, enfim descansar!

Então o guerreiro, levanta do pó,
inda cambaleando, e sobe os degraus!
Quer encontrar o dono, da voz tão terna!
E, de repente, se vê frente á outro guerreiro,
que foi tão valente, e morreu pregado,
numa dura cruz! Ele, o grande guerreiro,
Abre seus braços, repletos de amor,
E recebe jubiloso, mais esse guerreiro,
Que chega cansado, com passos trôpegos,
O peito inda sangra, suas vestes estão sujas,
Do pó e do sangue, é preciso tirar!
Lá não pode entrar, o lugar é tão santo,
Que nenhuma impureza, se encontra ali!
Mas, antes que tire da terra os andrajos,
Um abraço gostoso e bem apertado,
o guerreiro recebe dos braços do pai!


Ao meu Filho Amado Jonathas 
   (22/04/1976 - 31/01/2004)
morreu nas mãos de um bandido (ladrão)