Dizer ou Sentir?
É no silêncio que eu falo!
Nesta ausência de som onde eu me calo e renuncio o Om!
Na quietação que exalo...
Quando o imenso azul...não possui ondas...
é nessa calmaria... onde embalo
e retiro todas as minhas sondas!
Minha expectativa escrita em um livro de páginas em branco,
cheias de reticências preenchendo a narrativa...
entre trancos e barrancos!
É neste meu deserto sem vento,
naquela rua totalmente vazia,
onde eu sinto meu alento...
onde crio toda a empatia!
É a saudade dentro do peito!
Neste fechar dos lábios,
é você meu principal suspeito,
Então...
Apenas beije-me...
Seja o príncipe dos sábios!
Nessa sombra de árvore adulta,
quando estou aqui em silêncio...
é onde grito minha parte oculta!
E então, o essencial...prenúncio.
Escute o meu silêncio,
é nele que lhe confidencio!
É onde eu posso sentir,
Seu poema dentro de mim...
e assim eu o vivencio!
No meu calar,
é que posso lhe ouvir...
Faltam-me palavras para descrever.
E a pronuncia, não há de servir!
É no meu silêncio que tu deve entrever!
É no meu silêncio que eu quero dizer!
E que nele então, você sim...
possa me ouvir!
(Janaina C. Fanderuff