AO POETA MAIAKOVSKI

De onde vens, poeta tão vasto!

A nos desfraldar tal manto de pureza

Onde nem Virgílio ousou sentar à mesa

Por não equiparar-se a tão grande astro

Vem escrever na lousa do meu tempo

Os versos imemoriais da tua história

Na clâmide de riquezas intraduzíveis

O contraditório que exaltou a tua glória

Sois o pó das vestes do tempo, puídas

Sopradas nas ondas dos desenganos

A andar nas vagas sombrias da incerteza

Da ensandecida verve do teu oceano

Na luz obscura que guardava segredos

Vais pois, erudito, desvelar o teu véu

Na tua alma crua e apunhalada

Revelaste no inferno, a beleza do céu!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 10/12/2015
Reeditado em 18/02/2024
Código do texto: T5476279
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