Em Pele de Cordeiro
Demônio encarnado
Anoitece todo alvorecer
Yago da vida real
Sepulta tudo que um dia foi belo
Esmaga, destroça, espatifa, dilacera
Criatura nefasta
Rouba sonhos e esperanças
Ilude com mentiras em voz doce
Saboreia cada ferida que causa
Tormento sombrio
Instiga, depois mata
Ninguém sobrevive
Amanhã é algo que não existe ao seu lado
Se diverte com a dor que causa
Invade o mundo de todos
Leva consigo tudo de bom que já foi de alguém
Veste pele de cordeiro
Arrancando o coração dos tolos com suas mãos
Pois dos tolos se alimenta
O seu sorriso é sua armadilha
Reluz como falso ouro
Cega aqueles que crêem
Inevitavelmente os destrói
Única e perversamente
Nunca está saciada
Come, devora, mastiga, se alimenta
Une-se aos ingênuos para enegrecelos
Liberando seu veneno em cada beijo
Acabando assim com tudo que um dia foi vivo.