Por que nos apegamos tanto ao que não dominamos?
Pedimos tanto pra você não ir,
mas você desobedeceu e foi,
mas se foi em paz, está livre do castigo,
pois Léa, creia: quem vai entender o mundo dos vivos?
Se essa é a única porta de saída e também para as feridas,
quem se faz querida, com qualidades e defeitos,
merece e sempre merecerá uma segunda chance,
pois não vivemos tanto quanto as tartarugas,
mas evitar as rugas, é besteira,
assim como crer que o sono numa esteira,
seja menos relaxante que um sono num colchão bom,
pois os tons do arco-íris não somos nós quem escolhemos.
A hora, o momento, o cumprimento da missão,
também não somos nós quem avaliamos.
Apenas sonhamos que não vamos deixar ninguém
e que, em contapartida, ninguém vai nos deixar.
É preciso amar e você amou.
É preciso se dedicar e você se dedicou,
até mais do que devia, devesse,
pois também não somos nós quem fechamos a conta.
Mas afinal de contas, você foi ou alguém lhe chamou?
Pois acredito que o bonito é reaproveitável
e que o bem é reciclável, haja vista não ser viável,
uma estrela se apagar, sem ter uma outra para substituí-la.
Vá tranquila, pois nessas nossas ilhas, não faltarão orações!