REFLEXO DA ALMA

Olhos emoldurados pelo contentamento,
Se matizam, deslizam no lençol do mar,
Olhos que já viram muitos momentos,
Alguns que os fizeram chorar...

Olhos que buscam a tangência,
Na plenitude do Criador,
Que o tem como referência,
Se integram ao seu inefável amor.

Olhos que dizem mais do que frases,
Se renovam com os nasceres dos dias,
Aprendem com as inevitáveis fases,
Exigências da misteriosa travessia.

Olhos que produzem doces quimeras,
Sintonizam, refletem minha alma menina,
Olhos que fluem na essência da primavera,
Que não se curvam à sombra da rotina.

Olhos cobertos da minha personalidade,
Mostram poeticamente, quem sou,
Alguém que aproveita cada dia com intensidade,
Que rompe limites em um lúdico voo.

Olhos que completam mais uma dezena,
Na soberania do tempo, lá se vão seis,
Olhos ativos, redivivos, vivos na cena,
Brincam com a loucura, sem perderem a lucidez.

Olhos que se encantam com a maré,
Com a gaivota que paira distraída,
Olhos que continuarão exercendo a fé,
E agradecendo a Deus pela preciosa vida.

(Para Dalvineide, minha cunhada)