Homenagem a Manoel de Barros
No livro das ignorãças
Poesia. Quase toda
De poemas rupestres
Escrevo um livro sobre nada
Um livro de pré-coisas
De impressões, poesias
Porém em matéria de poesia
Encontro-me com a face imóvel
Como o retrato do artista quando coisa
Assim, fiz uns poeminhas pescados numa fala de João
João! O fazedor de amanhecer
O guardador das águas
De poemas concebidos sem pecado
No exercício de ser criança
Simples ensaios fotográficos
De memórias inventadas na infância
Cantigas para um passarinho à toa
E arranjos para assobios
Um concerto a céu aberto para solo de aves
Um compêndio para uso dos pássaros
Nesta gramática expositiva do chão