(imagem internet: a atriz Audrey Hepburn)
A Governanta
(Dedicado à querida amiga Bebel Lima)
A GOVERNANTA
Miguel Carqueija
Eu sou no lar agregada,
faço parte da família;
me esforço por ser amada,
cuido da mãe e da filha,
do marido, do menino,
do gato e do cachorrinho;
tenho que ter muito tino,
a todos eu dou carinho.
É responsabilidade
esta minha profissão;
tem que ter sinceridade,
trabalhar com o coração.
A santidade do lar
é uma coisa intocável:
jamais irei macular
fazendo ação reprovável.
Ao lidar com as crianças
viro criança também;
brincar com a menina de tranças,
como isto me faz bem!
Os meninos jogam bola
e trepam pela mangueira;
eu me sinto uma carola,
a alegria é verdadeira.
Aqui também tem gatinho,
tem bicho de estimação;
e ele tem um amiguinho
que é um bem-humorado cão.
Mas nem tudo é brincadeira,
que há muita coisa a fazer;
e chego a ser tesoureira,
e cuido de abastecer
a despensa e a geladeira,
o depósito enfim;
e na função de caseira
todos confiam em mim.
Dentro ou fora desta casa
peço que Deus me proteja;
meu Anjo cubra com su’asa
meu dia-a-dia, assim seja.
Pois sempre vou ao mercado
e acompanho a patroa;
de gênio bem-humorado,
eu não me aborreço à toa.
Dou graças a Deus por ter
emprego bom e amável;
minha gente, é bom viver
com família tão notável.
Eu amo toda esta gente
e dedico a minha vida;
e assim vivo sorridente
e me chamam de querida.
Se aqui chega uma visita
eu sou recepcionista:
— Vem por aqui, Dona Anita;
que bom receber uma artista!
Eu organizo a festa
do “niver” do meu patrão;
vai ter música, seresta,
até dança de salão!
— Eu não sei o que faria
sem você pra me ajudar!
A patroa assim dizia
me fazendo até corar!
Eu possuo autoridade
sobre os demais empregados;
mas exerço com bondade,
não os quero melindrados!
Pois foi a graça celeste
que me confiou tal lar;
ó Deus, que tudo me deste,
a Ti eu quero louvar!
imagens google, pixbay
A Governanta
(Dedicado à querida amiga Bebel Lima)
A GOVERNANTA
Miguel Carqueija
Eu sou no lar agregada,
faço parte da família;
me esforço por ser amada,
cuido da mãe e da filha,
do marido, do menino,
do gato e do cachorrinho;
tenho que ter muito tino,
a todos eu dou carinho.
É responsabilidade
esta minha profissão;
tem que ter sinceridade,
trabalhar com o coração.
A santidade do lar
é uma coisa intocável:
jamais irei macular
fazendo ação reprovável.
Ao lidar com as crianças
viro criança também;
brincar com a menina de tranças,
como isto me faz bem!
Os meninos jogam bola
e trepam pela mangueira;
eu me sinto uma carola,
a alegria é verdadeira.
Aqui também tem gatinho,
tem bicho de estimação;
e ele tem um amiguinho
que é um bem-humorado cão.
Mas nem tudo é brincadeira,
que há muita coisa a fazer;
e chego a ser tesoureira,
e cuido de abastecer
a despensa e a geladeira,
o depósito enfim;
e na função de caseira
todos confiam em mim.
Dentro ou fora desta casa
peço que Deus me proteja;
meu Anjo cubra com su’asa
meu dia-a-dia, assim seja.
Pois sempre vou ao mercado
e acompanho a patroa;
de gênio bem-humorado,
eu não me aborreço à toa.
Dou graças a Deus por ter
emprego bom e amável;
minha gente, é bom viver
com família tão notável.
Eu amo toda esta gente
e dedico a minha vida;
e assim vivo sorridente
e me chamam de querida.
Se aqui chega uma visita
eu sou recepcionista:
— Vem por aqui, Dona Anita;
que bom receber uma artista!
Eu organizo a festa
do “niver” do meu patrão;
vai ter música, seresta,
até dança de salão!
— Eu não sei o que faria
sem você pra me ajudar!
A patroa assim dizia
me fazendo até corar!
Eu possuo autoridade
sobre os demais empregados;
mas exerço com bondade,
não os quero melindrados!
Pois foi a graça celeste
que me confiou tal lar;
ó Deus, que tudo me deste,
a Ti eu quero louvar!
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