POEMA: GÊNIOS DE VIDA PRECOCE

Do manuscrito de Lúcio

Eu falo como Confúcio

Na musa de Sá Carneiro

Esse jovem de talento

Passou veloz como o vento

No cenário vanguardeiro

Nos versos da cotovia

Sinto a musa doentia

Da jovem potiguarina

Descrevera pouca cousa

A famosa auta de Sousa

Faleceu quase menina

Talentoso no soneto

Um beletrista faceto

De pensamento funéreo

Versejou com bons arranjos

O nosso Augusto dos Anjos

Foi jovem pro cemitério

Morrera como boêmio

Segundo está no proêmio

Do seu trabalho invulgar

Do nosso Joaquim de Sousa

Somente o nome repousa

Lá na pedra tumular

Fazendo rimas bem feitas

Nosso Barbosa de Freitas

Cantou com sinceridade

A derrota dos seus planos

Porém aos vinte e dois anos

Partiu para a eternidade

Portentoso romancista

No romance A Normalista

Seu talento transcendeu

Como guarda da marinha

O nosso Adolfo Caminha

Bem jovem também morreu

Perecera muito moço

Dona Guidinha do Poço

O seu compêndio invulgar

O nosso Oliveira Paiva

Demonstrara a grande laiva

Da nossa gente vulgar

Cantou como um gaturamo

O seu trabalho eu proclamo

Para nova geração

Nas folhas do Primavera

O leitor sente a quimera

Fustigando o coração

Outra musa prazenteira

Nosso Mário da Silveira

Grande genialidade

Esse poeta sensato

Vitima de assassinato

No vigor da mocidade

Eu bem jovem decorei

Do famoso Paula Ney

Soneto da mocidade

Esse jovem talentoso

Pereceu tuberculoso

Aos trinta e seis de idade

Do bairro de Santarém

Cesário verde também

Partira com rapidez

Essa figura discreta

Fora o mais forte poeta

Do nosso irmão português

Outro destino infeliz

O vate Pedro Moniz

Poeta Aracatiense

O nome veio depois

Falecera aos trinta e dois

Esse bardo Cearense

Um clássico de obra prima

O famoso Rocha Lima

Também morreu muito novo

Presa de morte precoce

Não chegara a tomar posse

Do sentimento do povo

No Belo Navio Negreiro

O poeta condoreiro

Versejou como ninguém

Famoso como Gonçalves

Nosso grande Castro Alves

Morrera jovem também

Fez Úrsula Garcia Barros

Nobres sonetos bizarros

No verdor da mocidade

Essa grande poetisa

Com seus versos simboliza

O palco da eternidade

Outro talentaço Aêdo

Nosso Álvares de Azevedo

Com a Noite na Taverna

Poeta de belos planos

Pereceu com vinte anos

E passou pra vida eterna

Talentoso no soneto

O nosso Lívio Barreto

Pereceu na mocidade

Com apenas vinte e três

A natureza desfez

Essa genialidade

Nosso poeta Junqueira

Teve a vida passageira

Morrera quase criança

Da beleza do seu cântico

Brota o talento romântico

Como uma eterna lembrança

Autor: Antônio Agostinho

Poeta Agostinho
Enviado por Poeta Agostinho em 23/10/2015
Reeditado em 23/10/2015
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