Verso Nosso De Cada Dia
Meus versos não são veros
se a distância mutila.
Palavras jogadas ao acaso
sem melodia
sem dança poética.
Um aglomerado de letras tontas
vagueando pelo salão onde o baile
de fato
não foi convidado.
Meus versos não são veros
nesse caminhar ao léu.
A engrenagem palavresca afastada
algum pino solto
cadarços da poesia calçada
sem o laço final
Macular o papel assim,
é seguir sem rumo,
sem licença poética
num trote desordenado,
um bailado bambo,
um desperdício da palavra,
um suicídio verseiro,
o sabotar de qualquer arranjo para voo poético,
Nenhuma poesia à margem!
Meus versos não são veros
senão que um garimpar
das partes esquartejadas
Meus versos não são
.....................................V
........................................E
............................................R
............................S
...................................................O
.......................................................S
(Àqueles que participam comigo todas as temporadas de fecundações palavrescas)