BELO!
Belo!
belo como só as flore e os gatos conseguem ser
animação quase apocalíptica
os olhos ternamente presos a um nirvana
sem buda,sem cristo,sem gandhi.
Belo!
formoso e limpo como só os amanheceres são
tornozelos e calcanhares bem feitos
o semblante abatido e sagaz
ora um samurai sem alma
noutras apaixonado como uma donzela.
Belo!
tanto que lhe gasta a paciência
erguendo suas palavras como uma tocha
que alimenta ainda mais o escuro.
seus olhos encarnam hades
mas seu mau não faz mal algum
seu submundo é um quarto frio de motel.
Belo!
faceiro e melindroso como só as meninas são
um narciso guardado da luz
esquecido para sempre pelas agulhas do tempo
límpido e brejeiro como um lago virgem
liberto como só os pássaros podem libertarem-se
belo,belo,belo,mil vezes belo!
belo como nada mais neste inferno
belo como só a natureza pode traduzir.