LÁGRIMAS DE LIBERDADE
Como a chuva que molha o rosto
Assim a lágrima molha o meu ser,
Tocando a face cansada e sofrida
Daquele que um dia chorou ao nascer.
Igual a um pássaro que sai da gaiola
E se joga ao céu na alegria de viver,
Esperam ansiosos os guerreiros Assurini
Que pela paciência e força verão a liberdade florir.
Correr livre na aldeia e na mata ficar,
Encostar em um árvore para ouvir a terra falar,
Agradecer aos ancestrais a luz que veio de lá,
Entrou por entre a cela e no coração se fez luz de vela.
Iluminou a esperança,
Foi acalanto para a dor,
Fez brotar um sorriso para quem o visitou,
Tranquilizou a alma que angustiada se agitou.
As faces entristecidas um sorriso ofereceu,
A vida é um presente que cuidamos feito flor,
Às vezes aparece um atropelo, um dessabor,
Mas não perde o brilho, porque a vida é dom do amor.
Lágrimas de liberdade, minha fonte não secou,
Cantando e dançando o ritual já começou,
Voltar para aldeia, lugar sagrado,
Lá o meu chão também chorou.