LÁGRIMAS DE LIBERDADE

Como a chuva que molha o rosto

Assim a lágrima molha o meu ser,

Tocando a face cansada e sofrida

Daquele que um dia chorou ao nascer.

Igual a um pássaro que sai da gaiola

E se joga ao céu na alegria de viver,

Esperam ansiosos os guerreiros Assurini

Que pela paciência e força verão a liberdade florir.

Correr livre na aldeia e na mata ficar,

Encostar em um árvore para ouvir a terra falar,

Agradecer aos ancestrais a luz que veio de lá,

Entrou por entre a cela e no coração se fez luz de vela.

Iluminou a esperança,

Foi acalanto para a dor,

Fez brotar um sorriso para quem o visitou,

Tranquilizou a alma que angustiada se agitou.

As faces entristecidas um sorriso ofereceu,

A vida é um presente que cuidamos feito flor,

Às vezes aparece um atropelo, um dessabor,

Mas não perde o brilho, porque a vida é dom do amor.

Lágrimas de liberdade, minha fonte não secou,

Cantando e dançando o ritual já começou,

Voltar para aldeia, lugar sagrado,

Lá o meu chão também chorou.

Márcia Wayna Kambeba
Enviado por Márcia Wayna Kambeba em 07/08/2015
Código do texto: T5337592
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