Manuel de Barros e Manoel Bandeira
MANUEL x MANOEL
Vou pegar uma peleja
Co’o amigo Messias
Para falar da beleza
Dos mestres das fantasias...
Quem vai sair na carreira,
Manoel de Barro’ou Bandeira;
Dois gênios das poesias?!
Caro Galdino, vou dizer
A vida dum escritor.
Ninguém se iguala ele;
Um poeta de valor.
Ele foi inspiração,
Literato e tradutor!
Manoel de Barros, amigo
Agora vou defender
Navegador do silêncio
Onde a infância faz nascer
Esticador de horizontes;
Leveza do amanhecer.
Bandeira é nordestino;
Daí vem a primazia...
É poeta-revolução
Da moderna poesia.
Seu poema “Os Sapos”
É o cerne da ironia!
Idioleto manuelez
A língua dos bocós
De quem olha para o chão
Essa desatação de nós
Com olhos do coração
Pintando de brilho a voz
Solidão é alimento
Do mais lírico poeta...
A mágoa; a melancolia
Uma à outra completa.
A saudade doce e só
É abstrata e concreta!
Fazedor de desenho
Da paisagem verbal.
Os poemas-gorjeios
Do Menino do Pantanal
São ‘memórias inventadas’
No vôo das passaradas
E nas pedras do quintal.
“Cinza das Horas”, de fato,
Mostra a sina ‘Poética’
- Com ar de ‘Libertinagem’ -
(com zelo e dialética)...
Com ‘Cartas de meu avô’
A rima livre da métrica!
Mas esses dois ‘Manuéis’
São frutos da pureza
Que toda poesia tem
No leito de sua nobreza.
Um Barros outro Bandeira
Dois geniais de primeira
Resumidos em grandeza!