Manaus

Manaus dos meus desejos, aprendi amar-te ainda na infância.

Eras uma senhora de meia idade...

Teus cabelos caudalosos, tua pele feito semente de urucum,

teu por do sol jamais visto...

Teu vinho de buriti para brindar o fim da tarde, tuas praias morenas...

Mundurucus guerreiros, Ajuricabas arpoam o dia, Parintintins festeiros.

Ah! os teus sabores senhora Manaus, não tem igual.

Tuas moradas, contraste urbano, palácios, casarões

e o predomínio das palafitas...

Manaus da Camélia, da cidade alta, da mãe Zulmira...

Manaus das lavadeiras quilombolas.

Por um momento os teus monumentos me remetem à cidade luz...

Teus igarapés serpenteiam tuas margens,

habitadas pelos olhos do Jorge Herran.

Manaus dos trópicos e da matriz, jamais esquecerei teus becos,

o da Marreca, o beco do Macedo, do Russo, e a travessa Nhamundá...

A poetisa jamais descreverá o que sinto, ao contemplar o rio-mar,

o teatro Amazonas, com seus rococós de encanto.

Tudo é harmonioso e belo. Parece até estou sonhando...

O encontro das águas só se encontram em mim,

na dualidade das águas,

lendas e mistérios dão lugar ao inexplicável.

Hoje, a senhora Manaus, que abriga todos de forma calorosa,

com o seu verão sem igual, afaga,

na mesma proporção, com suas chuvas torrenciais.

Alexandre Danel
Enviado por Alexandre Danel em 21/07/2015
Código do texto: T5319223
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