FORASTEIRO

FORASTEIRO

Lúcio Brito.

Lastimo o tempo não vivido,

Nem conhecido o tempo vívido.

Lastimo a perda irreparável de quem se foi.

Talvez tenha ido pra lá e estar com Ciro em Persa,

Talvez aguarde, no caminho, um tempo bom pra chegar,

Já que sou um forasteiro de outros tempos

À procura de uma pequena terra neste jardim

Onde possa cobrir meu corpo, já agora, inerte.

Quem sabe encontrarias também, Alexandre? Ou Salomão...

Quem sabe um dia eu cheque lá

Porque lá eu sou amigo do Rei.

Lá tem de tudo é outra civilização.

Tem cama boa pra deitar.