Ode ao não excesso de pintura concerto (ou ao eclipse do por do Sol do gasômetro).
Eu inventei uma rotina
onde você existia.
Regava suas plantas,
Tomava café comigo e saia.
Eu voltava a dormir,
acordava e esquecia
E a tinta na paleta secava sozinha.
Acendia o terceiro cigarro do dia
enquanto esboçava na tela
uma vida tua que coubesse na minha.
E comecei a pintar sobre linho velho
cheio de marcar de umidade e traças
acho que se fosse só um esboço...
Minha teimosia rendeu, mais tintas
E camadas e camadas...
nada nem perto do frescor
que aquele esboço transmitia
Agora tudo ficou preso
em um projeto final imperfeito
Onde um esboço leve bastaria.