Caravelas
Caravelas
Negras e densas
Pelos mares e oceanos cruzava
Suas negras e densas caravelas
Onde em seus porões pessoas viviam
A custa da súbita morte onde não se esperava esperança
Dentro de tuas caravelas as lagrimas de seus escravos
Resumia em suas chibatadas
Em suas tormentas dores
Onde viviam em questões sub-humanas
Onde ratos eram seus alimentos
Seus amigos era a morte
Onde sorrateiramente levava
A cada dia uma pessoa
A cada beijo da morte
Suas lágrimas as derramava
Secas como um deserto
Pois lágrimas em seus olhos não havia
Sua única água que bebiam vinha de sua urina
Seu alimento era rações de porcos onde dividiam
Entre adultos e crianças.
Crianças onde tentavam ter gozo em sua vida
No meio da densa escuridão do porão
Onde seu único brinquedo era sua imaginação
Onde tentava entrar em seu coração
Mas a fome e a tristeza era mais forte
Pois seus pais mutilados foram
Sua família toda se foi.
Onde suas irmãs vivem
Como escravas sexuais
De reis e patronos
Seus irmãos hoje trabalham
Ou como escravos, ou como soldados de guerra
Onde iam a frente para ser mortos primeiros.