Pequenas histórias 92

Para o Antônio Adriano de Medeiros

O dia amanhece cheio de sentimentos petrificados

Na ansiedade dos passos os quais se registram

Palavras na tentativa de quebrarem pedras de sal

Em cada esquina solitária de vidas apressadas

Emana dos gestos um pedaço de carne sanguínea

Onde a angústia se estatela em quadriláteros de fome

Registrando um suicida num futuro de morte

O sabre enferrujado é abandonado

E a vassoura não varre mais o terreiro lá de casa

Que continua sujo por causa da preguiça

E a saudade se decipa com um trago venenoso

Na quentura de um afago retraído no desamor

Das palavras sem sentido

Assim caminham os aventureiros na ânsia de glória

Quebrando pedras de suores insignificantes

E todos os dias morrem milhares de peixe envenenado

no petróleo ganancioso

pastorelli

Pastorelli
Enviado por Pastorelli em 14/06/2015
Código do texto: T5276813
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