Pequenas histórias 92
Para o Antônio Adriano de Medeiros
O dia amanhece cheio de sentimentos petrificados
Na ansiedade dos passos os quais se registram
Palavras na tentativa de quebrarem pedras de sal
Em cada esquina solitária de vidas apressadas
Emana dos gestos um pedaço de carne sanguínea
Onde a angústia se estatela em quadriláteros de fome
Registrando um suicida num futuro de morte
O sabre enferrujado é abandonado
E a vassoura não varre mais o terreiro lá de casa
Que continua sujo por causa da preguiça
E a saudade se decipa com um trago venenoso
Na quentura de um afago retraído no desamor
Das palavras sem sentido
Assim caminham os aventureiros na ânsia de glória
Quebrando pedras de suores insignificantes
E todos os dias morrem milhares de peixe envenenado
no petróleo ganancioso
pastorelli