para José Lara, CERNE DE LARA

ele é o cerne rosa da carne dura do Cedro

polpa macia sob a resistente pele do vento.

a memória espalha

do sertão à capital

do rincão à fábrica

em cada cômodo da casa mais vazia

nas botinas pretas que não calça mais

memória espalhada, sementes de Cedro

palavras mordidas na boca de José Lara

memória que se espalha desde o carro

e sua lenta cantiga das rodas de pau

ranger malemolente

madeira boa alimenta o forno

se há brasa alimentando mãos

copa de Cedro, sangue seiva diamante

transfundido vermelho rosa do sertão é José

José é a rosa da rosa, poema que muito inventou.

*

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Baltazar

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 03/06/2015
Reeditado em 31/10/2017
Código do texto: T5264769
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