A Astronauta

A ASTRONAUTA
Miguel Carqueija


Quando estou no meu vôo
sinto-me perto de Deus;
desafetos eu perdôo,
perdoem-me os erros meus.

Lá em cima é diferente,
o mal já fica pra trás;
nem sei como a gente sente,
ser astronauta é demais.

A Terra fica pequena!
Mas é azul como o céu;
e parece tão serena,
como coberta por véu;

há nuvens por toda parte
como a esconderem o mal;
é uma obra de arte,
um deslumbramento astral.

Em terra eu sinto saudade
de uma apertada astronave
por quem eu tenho amizade,
que até parece uma cave.

O painel dos instrumentos
pode até nos assustar;
mas eu tenho sentimentos
e pra mim isto é sonhar.


Mary Poppins eu me sinto,
isto é magia de fato;
pode crer que eu não minto,
orbitar é um barato.

Tão elevada função ,
a de explorar o espaço,
tem que ter dedicação
e também nervos de aço.

Quando tenho os pés na terra
gosto de olhar pra cima
onde não existe guerra
e a minha mente se anima:

quem sabe a paz não virá
desta sublime aventura,
a concórdia reinará
e uma era de ventura?


Pois tudo o que eleva a alma
ajuda a fazer o bem:
as más tendências acalma
e a violência também.

Juntando a Fé e a Ciência
veremos a humanidade
despertando a consciência
e praticando a bondade!

Quem sabe irei até Marte
quando isto for possível,
quero fazer minha parte
nesta epopéia incrível.

Pouco se mira hoje em dia
para este céu estrelado;
mas pra mim é uma alegria,
meu olhar fica encantado!

O esplendor da Criação
é o supra-sumo de Deus;
Ele nos pega na mão,
pois no Céu não há ateus.

Eu amo esta minha missão
que Deus me fez abraçar;
e a Deus nunca digo não,
aqui é o meu lugar.



imagens google (Anne Francis, cena do filme "Planeta proibido" ("The forbidden planet", EUA, 1956); e cartaz do filme de George Pal "Destino: Lua" (Destination Moon, EUA, 1950)