Ventos do Mundo
Ventos velozes
sopram as tardes
de Salvador.
Sopram os cabelos de Caetano.
Num movimento lento nos pés,
desenha a dança o magro corpo,
longo e fino.
Passos preguiçosos
identificam baianos.
Somos africanos e
nordestinos.
Dura o sal,
doura sol,
não afogam
o homem ave,
nem o leão
menino.
A língua-pátria salta
na cintura solta.
A tarde inteira escuta e vê,
a velocidade das mãos
a batucar tambores.
Das águas do Abaeté,
Caetano dispara versos
nos cantos do mundo.