Oco temporal
Toda criação
antecede
um momento de vazio
um oco temporal
É o silêncio dos versos
O repouso criativo
É oportuno sair a caça
de novas palavras
E esperar o tempo
de brotar novos versos
de ouvir as rimas da natureza
Deixar as palavras dançarem
Escritas no papel
depois
com um certo pesar
aparar os excessos
E deixar revelar-se
Só a dança dos versos
menos distantes
da perfeição...
Obs: Poema depois de assistir uma entrevista com Manoel de Barros no documentário LÍNGUA DE BRINCAR - MANOEL DE BARROS.