Uísque (O Canzarrão)

Na sala estava caído.
Derrotado pelo uísque...
Num colchão. Só e estirado!
De tanto que havia bebido
De veneta acabara deitado!

Dei boas-vindas com o fôlego da mente
E o esforço, nem sei de qual indução!
Como quem procura e por assim consente

Avivou-se um dia todo depois...
Veio ter uma conversa comigo.
Parecia mais um canzarrão!...
Com aquela fala áspera de tom grave
Que jurava ser o homem da revolução.
Sabia a língua e os sinais da cadeia
E era forte sem ter feito musculação.
Veio com regras que me limitavam a alguns meros.
Mas em sua casa, se assentava pra mim uma mordomia
E eu me estarrecia! Mas sempre longe
Daquele ser pujante que, naquela vida,
Partilhava um parentesco comigo...
Lembro de todo o seu parlamento doente mental
Falhou quando invadi, pelas beiradas
O particular... ao lado de seu quarto... Carnal!
Uísque, não é?!...
Também quero uma dose
Meu caro amigo do começo animal...
Holofote Cerebral
Enviado por Holofote Cerebral em 20/03/2015
Reeditado em 28/04/2015
Código do texto: T5177110
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