MULHER (III)
Mulher era aquela!
Sem ela, nada sou.
Sou dia sem sol,
sol sem luz,
luz sem fóton,
fóton sem lume.
Sou alma sem poesia,
poesia sem verbo,
verbo sem tempo,
tempo sem vida.
Sou jardim sem flor,
flor sem pétala,
pétala sem cor,
cor sem tom.
Sou canção sem harmonia,
harmonia sem melodia,
melodia sem compasso,
compasso sem clave.
Sou nau sem rumo,
rumo sem bússola,
bússola sem norte,
norte sem fanal.
Sem ela, enfim,
assim como tudo,
sou nada e a fim
de nada de tudo.
Já,
com ela, tudo eu seria.
Mulher era aquela!