O acaso de quarta na feira - Homenagem ao Poeta Goiano Gilberto Mendonça Teles
Quarta de acaso, encontro inusitado, o sol de outono sobre nossas calvícies. Um Poeta caminhando pela feira, talvez sem rumo, a procura de um nada. A feira com sua multiplicidade, o senso comum abraçando o intelecto.
Lá estava Gilberto, sem nunca perder a goianidade, sob o odor forte da guariroba. Um diálogo curto, um olhar sincero, histórias de Goiânia, Cine Casablanca. Duas gerações se dialogando, a de 1945, dando conselhos, a de 1970, sorvendo o saber.
Gilberto Mendonça Teles, o romântico inveterado, Giovani Ribeiro Alves, o filósofo interrogando o homem do mato. Gilberto goiano, morador do Rio de Janeiro, mas, nunca deixou de ser meio bugre e continua carregando a sua querida Bela Vista, á tiracolo.
Na feira do Setor Coimbra, Grande Goiânia, aquela quarta-feira sem audiência, sem público nobre, somente a plebe cheirando a pequi.
Nós dois, o nome Gilberto soando no ar, o ouvido aguçado do Poeta que ainda sonha.
A dialética esvaiu em segundos, a certeza de um sonho em um novo reencontro. um adeus de até breve, um Gilberto sozinho, um Giovani sorrindo, dois ideais de esperança.